quarta-feira, janeiro 17, 2007

teimosias

Aveiro, 17 de Janiro de 2007

querida surpreendida,

Dei comigo sem tempo.
As letras que desenham o que os olhos pensam, esquecem-se que para se lhes dar forma, para as esculpir, é preciso tempo. Um jardim sem jardineiro é jardim sem flores. Culpa minha se olhei para o lado à procura do tempo e descuidei o afecto.
Este é um espaço de afectos.
Foi criado com afecto e continuará assim. Surpreso, para a surpreendida. Só assim faz sentido, este espaço escrito ao acaso do vento. Ela, a surpreendida, pediu encerramento. Esqueceu-se ela que sou teimoso. Não gosto de encerrar nada que não seja meu por inteiro. E este espaço não é meu, nem dela, é do tempo que temos, um e outro. É um ponto de partida e de partilha. Nunca será um ponto final por falta de tempo. Também não gosto de promessas, apenas "prometo" continuar teimoso e a manter este espaço aberto ao destempo. Tem um propósito este espaço, para além da partilha, o de alimentar uma amizade, que por razões do acaso se encontraram, desconhecendo-se de olhos, mas conhecendo-se de sentires. Por isso por mais que ela peça para encerrar este ou outro espaço partilhado entre ambos, irá deparar com a minha teimosia. ( e aviso desde já que nestas cousas da teimosia sou verdadeiramente irracional).
Querida surpreendida, devolvo-te o mail que me escreveste em jeito de suplica educada, para por fim a este nosso espaço, devolvo-te publicamente um Não redondo!
beijos

ps: a menina já deve ter percebido ( surpresa?), finda esta leitura, que o desafio agora é de cartas, por isso agradeço resposta pela mesma via!