quarta-feira, setembro 27, 2006

Alex

"A madinha Manela
Foi p'a casinha dela"
O afilhado Alex
Há-de ter um duplex

"A madinha Manela
foi p'a vidinha dela"
Diz o Alex afilhado
Ali todo repimpado

A madinha Manela
Dorme na caminha dela
O afilhado Alex um dia
Não deixa a dele vazia...

A madinha Manela
E o sorriso dela
Todo encantado
Com o Alex afilhado

sexta-feira, setembro 22, 2006

coisas de manas

Que senhora tão humana
Oh que excelente visão
Lá me encontrou uma mana
Ainda que noutra encarnação...

Foi mais longe na visão
olhou muito bem e zás
Viu-nos gémeas pois então
Tá dito, não volta atrás

Filha única, nem pensar
Era triste ser sózinha
Parentesco de inventar
Que rica coisa maninha

terça-feira, setembro 19, 2006

ondulações do vento que abraça

Peço ao vento que sopra
Que sopre devagarinho
Não vá enfunar a vela
Fazer tombar o barquinho

Que leva nele um menino
Feito marinheiro a brincar
Como que a cumprir o destino
Do gosto que tem pelo mar

Vai-te embora nevoeiro
Que o menino é distraído
Não sejas tu traiçoeiro
Não fique o menino perdido...

terça-feira, setembro 12, 2006

o grau zero

Passei parte do fim da tarde do dia 10 de Setembro a ver um documentário que passou na sic-noticias: Dois irmãos franceses faziam uma reportagem sobre o dia a dia de um bombeiro de um bairro de N.Y. Pretendiam mostrar a transformação de um jovem aspirante a bombeiro, num homem.
Os acasos, e a vida, têm destas coisas e quer a equipa de reportagem quer a corporação de bombeiros foram apanhadas nos trágicos acontecimentos de 11 de Setembro, que passaram a relatar com a intensidade negra dos acontecimentos.
Curiosamente não foi a tragedia ( vista e revista até à exaustão que acaba por nos tornar ausentes) que mais me incomodou, Não foi o perceber que naquele preciso momento desabavam 2.836 vítimas, transformadas em pó, Foi a naturalidade com que se deu a transformação daquele jovem. Entrando na corporação com o entusiasmo de salvar vidas, (disse-o várias vezes durante o evoluir da sua formação de Homem de Paz), Após os acontecimentos, revela que “se for chamado para matar em nome do seu País que vai sem qualquer hesitação…”
É isto o terrorismo, um cancro de ódio que mina o sentir e os afectos, num ciclo de infecção imparável. Pior que qualquer outra doença, esta atinge-nos naquilo que de mais nobre, e em que mais nos diferencia comoo seres humanos; a nossa capacidade de nos darmos aos outros. Mina e corrói a alma de tudo e de todos, num ciclo que só termina com a aniquilação total do outro.
Temos que urgentemente parar esta escalda do ódio que nos corrompe e aniquila...

Por vezes, penso se não seria bom que de um momento para o outro, fossemos todos acometidos de uma total perda de memória, que nos esquecêssemos de toda a história que carregamos no existir, e com serenidade, acordar no grau zero da humanidade, limpos desta doença que nos mina o olhar e o sentir…

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro, ou qualquer outro dia

Texto junto às torres: “2.863 pessoas morreram.”
Texto junto ao homem: “40 milhões de infectados pelo HIV no mundo.”
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a SIDA” .



Junto às torres: “2.863 pessoas morreram”.
Junto ao velho: “630 milhões de sem-teto no mundo”.
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a POBREZA”.



Junto às torres: “2.863 pessoas morreram”.
Junto ao garoto: “824 milhões de pessoas morrendo de inanição no mundo”.
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a FOME.”


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(*)Imagens de anuncio da MTV proibido nos estados unidos da américa
nota: este post foi executado em partilha com a surpreendida

vapores da terra

Num sulfuroso odor que se espalha
De vapores que dão alívio
De fortes jactos que massajam
Mergulhando em banhos termais
O corpo submerso descontrai
Cada poro aspirando a cura
Querendo a Saúde Pela Água
Tirada ao seio da Terra...

domingo, setembro 10, 2006

escrito ao acaso, no (des)equilibro de um labirinto

Querer fugir como que a caminhos já antes percorridos...
Recear que espreitem becos sem saída...
Tentar fingir que não existem, que não se sentem...
Mas havendo quem neles fale repetidamente...
Penso e cansada me confesso...
De percorrer labirintos de (em) mim...