sexta-feira, maio 26, 2006

pedaços (es)partilhados

Poeta pensador, palhaço de si próprio,
Seu olhar livre e vagabundo...
Em nuveares sonha e sente o existir...
Pintou histórias sem tempo e silêncios em aguarelas,
Marinhou em cartas e noutros mares.
Desenha linhas que se intersectam em cores,
Partilha desafios e escritas ao acaso,
Ninguém o sabe nas palavras em que se esconde,
Mas em cada pedaço de si assim espalhado,
Encontram-no senhor por inteiro do seu sentir...!

terça-feira, maio 23, 2006

sem pretender resposta, no entanto é uma pergunta...

Já alguma vez te sentiste tão comprometido com a vida, ao ponto de te esqueceres dela?

segunda-feira, maio 15, 2006

os destempos do não querer

Presos numa só cor, ou em cor nenhuma,
Vivendo à margem do mais puro da alma,
Fugindo à tentação de um golpe de asa,
Acomodados no medo de um sentir novo,
Conformados com migalhas de sonho, de ilusão,
Encostados à vida sem realmente a viver,
Para aqui parados no tempo de nós próprios,
A querer ser livres...

quinta-feira, maio 04, 2006

descobrires

Deixem seguir os passos pelo velho empedrado...
Escutem o chilrear escondido no frondoso das árvores...
Arrisquem invadir o recato do jardim...
Espreitem o pedaço de céu que parece poder agarrar-se...
Abeirem-se do varandim e dos seus convidativos bancos...
E descubram ali, a vossos pés...
Um Tejo imenso e resplandecente da luz poética do sol poente...
Uma Lisboa magnificamente espraiada, em deleite, pelas sete colinas...
O Rio, todo vaidoso, a usar a ponte como um anel de namorar...
A Cidade, princesa moura de mil encantos, também ela encantada...
Acolhem-se no sonho de uma noite de amor eterno...
Para sempre Tejo cativo...
Lisboa pronta a amar...

segunda-feira, maio 01, 2006

cousas de multidão

Não gosto de multidões. Perco-me nelas ( delas e de mim) . Mesmo dessas de Maio, onde todos se fingem de UM.
Um um assim, fica mal em cada um. Parecemos papagaios-marioneta revoltados.
Sei que o sou, esquisito. Mas prefiro a onda, ao Mar, mesmo gostando de azul e de gaivotas, apenas porque a onda se torna branca sendo do mar-azul, (mesmo sabendo que sem mar não há onda, e que esta só se espuma-de-branco, empurrada por Ele).
Não gosto de multidões, porque me deixo de ver e sentir, dentro delas. Mas já fui voz de grito solidário, vezes muitas, já me deixei ser Mar vezes sem conta. Mas nunca ouvi o meu grito. Sei apenas que o dei. Porque fiquei sem voz. Na multidão todos ficamos sem voz, porque não temos rosto, e o grito, mesmo que sentido não é nosso, é do Um, é do Mar.

abraços

E em Maio, um povo livre, de braço dado, acreditou...